quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Um café, por favor.

Nas últimas semanas tenho passado mais tempo viajando a trabalho do que em casa. Esse detalhe gera uma série de preocupações com a administração do lar como: roupa suja, faxineira, supermercado, manicure, banho da cachorra e ainda manter a malhação em dia. Vou deixar isso de lado, quero falar das viagens. Apesar de trabalhar muito e muitas vezes nem conhecer a cidade direito, procuro sempre ver o lado bom de cada lugar. Tento curtir um pouquinho a região e sempre acabo me apaixonando pelos detalhes, lugares e pessoas. A última cidade que me apaixonei foi Vitória, que aproveitei para ficar o final de semana e conhecer suas belas praias.

Sinto que depois que sai de Porto Alegre para São Paulo moraria fácil me outros lugares do Brasil e fora dele. A questão é que sempre me achei estressada, mas nessas viagens descobri que em comparação ao restante das pessoas que vivem nesses ambientes de aeroporto, avião e táxi, sou um poço de paciência e tolerância. A maioria reclama o tempo todo e a tensão está no ar e nos semblantes, não tem como esconder. Também faço a “mea culpa”, já que faço parte dessa massa de pessoas e normalmente costumo me isolar no meu mundinho de preocupações e coisas de trabalho: telefone, computador, leituras, etc. Dificilmente converso com alguém,mas viajar a trabalho é diferente de estar de férias e curioso para conhecer todas as novidades.

Acostumei com tudo nesse mundo depois de três anos viajando. Só quando ouvi um comentário de duas madames me dei conta que esquecemos os valores e quando digo isso, são os preços mesmo e também as pessoas. “Hoje tomamos o café mais caro de São Paulo”,comentou a loira chiquérrima, muito bem vestida e com jóias que brilhavam aos olhos. Eu super ingênua achei que era no melhor restaurante da cidade, mas eis que ela acrescenta. “Aqui no aeroporto. Um café e um pão de queijo R$ 12,00”. Realmente é um absurdo, sempre achei, mas nos com o tempo parei de questionar.

Fiquei com essa história na cabeça e ontem quando embarcava para o Rio a situação me caiu no colo novamente. Naquele mesmo lugar caríssimo, acho que não existe um lugar mais barato, o atendimento estava péssimo e demorado e eram poucas atendentes. Uma mulher gritava agitada, que iria perder o vôo. No início pensei: nossa coitada, depois pensei: ah...mas se iria embarcar não dáva para esperar para tomar um café depois?

Continuei observando tudo do balcão e comecei a achar divertido tudo aquilo. A atendente estava quase louca de tantos pedidos, mas atendia com gentileza e brincadeiras. Mesmo resmungando que tinha que sair da máquina do café para ir bater o meu suco, fez isso de uma maneira divertida e estava calma dando conta de tudo, no seu ritmo é claro. Essa situação me fez pensar que nos esquecemos de valorizar essas pessoas que nos atendem diariamente no café, na padaria, no restaurante ou supermercado e perceber o que está por trás da situação. Hello: ela está sozinha, dá para olhar em volta um pouquinho?

Simplesmente adoro São Paulo, mas criamos um padrão de qualidade que dificilmente é atendido fora da capital paulista. As outras capitais tentam, mas tem as suas peculiaridades e falta muito treinamento. Afinal ele não tem a mesma demanda da cidade que promete se tornar a 6ª mais rica do mundo. Temos que lembrar que esses atendentes não são máquinas,mas sim pessoas que estão por trás do seu pedido. Não é só a atendente que precisa ser simpática. Uma cordialidade, um sorriso e um pouco flexibilidade do cliente também é de bom tom. Vale também ser menos exigente nos detalhes e cobrar menos, afinal um ajuste ou uma espera no pedido não vai matar ninguém, pelo contrário vai garantir uma vida mais longa.

PS: Ontem corri na Praia de Copacabana com chuva. Foi maravilhoso. E disso que estou falando, curtir nem que sejam 30 minutos da cidade!!

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