sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Eu posso!


Uma das coisas que faz parte da vida de uma divorciada é lidar com as finanças. Eu nunca fui uma descontrolada, pelo contrário, mas achei que sofreria muito de controlar o orçamento sozinha. Acho que esse é um dilema de muitas mulheres: como conseguir dar conta de pagar todas as contas, atender as inúmeras demandas de beleza (manicure, cabelo, e depilação) e ainda resistir a comprar um sapato, bolsa ou blusinha nova?

Acho que o segredo sempre está no objetivo, pelo menos para mim. Outra dica que aprendi com a uma amiga muito querida, inclusive autora de “As Armadilhas do Consumo”, é que as dívidas afetivas são as piores. Então controlo essas e evito claro, ir às compras na TPM ou muito irritada, pois sempre volto com um problema ao invés de um presente para mim.

O que percebi com a nova vida, é que posso fazer muito mais coisas do que eu imaginava. Já vivi inúmeras situações, claro, como a troca de um bom salário por um estágio, desemprego do marido e corte de gastos para comprar apartamento, carro, etc. Mas o que eu não imaginava é que eu mesma poderia me proporcionar certos luxos: como viajar, jantar em um bom restaurante, passear fazendo comprinhas com as amigas, etc. Isso é muito gostoso.

Antigamente, quando era casada, a pressão era tanta que eu não me permitia nada e quando resolvia comprar algo isso me trazia um mal estar. Agora percebo que dá para fazer. Claro que existe sempre uma ginástica daqui e dali. Corta a faxineira, o pet shop da filhota e pronto, dinheirinho para balada! Fico muito feliz com isso, de conseguir o equilíbrio nas finanças.

Acabei de ler “Delírios de Consumo”, como dever de casa do trabalho e acabei me divertindo muito com a jornalista endividada. Percebi que sou bastante ponderada, organizada, mas que posso me permitir algumas coisas. Resultado: hoje no almoço vi um sapato lindo na vitrine, que adorei e não resisti. A diferença, é que hoje fico super bem de comprar, porque ....

EU POSSO!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sempre tem a primeira vez


A minha primeira vez foi um início de verão, de muita empolgação, agitação, sol, calor e por que não... muita música eletrônica. Uma noite tão longa que minha paciência já tinha acabado, faltava vontade de dançar aquele ritmo que não combinava com nada. Eu observava aquelas pessoas na maior animação e ficava imaginando porque eu estava tão deslocada.

Quando a noite parecia ter chegado ao fim, eis que avisto um gatinho no canto, só observando toda a movimentação. Como todas as pessoas pareciam transtornadas até achei ele normal para aquela noite maluca. Aproximei-me e logo rolou um papinho de balada, sabe? Sem sentido nenhum, mas só para dar abertura e rolar um beijo.

Ele era o verdadeiro “Ken” namorado da Barbie. Cabelo perfeito, olhos claros, um corpo sarado, surfista. Era o próprio boneco, até no comportamento. Achei que fosse a cerveja, mas quem fica tão bêbado assim com cevada? Os amigos acabaram abandonando ele no lugar e eu como boa samaritana o levei a praia vizinha, com muitas curvas pelo caminho.

Era minha primeira balada forte, minha primeira ida à praia e também minha primeira noite com um total estranho depois da separação. Mas eu estava quebrando regras, vivendo a vida, correndo riscos. Parece imaturo, mas eu precisava viver o novo e o imprevisível. Tudo parecia muito novo, mas o que eu não imaginava era viver uma situação tão constrangedora.

O garoto “Ken” não tinha apenas bebido umas e outras, mas sim fumado uns e outros e eu nem tinha percebido. Bom, na hora “H”, não deu certo e pela primeira vez vivi na pele uma transa que não rolou, não porque não quis, mas porque ele “brochou”. Eu realmente não sei o que aconteceu e nunca vou saber, mas foi a minha primeira vez.

Quando ia embora naquela manhã, subindo ladeiras e com o sol no rosto, maquiagem lavada e roupa preta que não combinava nada com aquela paisagem, eu sorria. Eu gargalhava comigo mesma e não conseguia ter um pingo de sono, preguiça ou indignação. Apenas estava me divertindo de ter vivido essa experiência, mesmo que frustrante. O que eu não podia imaginar é que um dia dividiria ela aqui com vocês.

PS: o mais engraçado foi comprar um Ken como da foto de Natal para a minha sobrinha de três anos e relembrar a história.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O pai ficou no passado


Com chegada do “Dias dos Pais” a questão da diferença da idade veio à tona. Quando menina sempre admirei a relação que as minhas coleguinhas tinham com o pai. Toda a admiração, carinho, amor e aquela sensação de meu “herói”. Sei que quando elas cresceram e conheceram a "vida real" essa visão pode ter mudado, mas essa magia não fez parte da minha infância por inúmeros motivos, principalmente por conta da perda do meu pai aos 11 anos.

Meu perfil, independente e autiva sempre me colocaram que uma posição mais madura que idade que eu realmente tinha. Minhas amigas eram mais velhas e os namorados tinham uma diferença de idade bastante grande. Depois de muitos anos de terapia consegui entender porque com 15 anos me envolvi com homem de 30 anos. É engraçado pensar nisso agora e imagino como a minha mãe enlouqueceu com a história. E foram várias histórias nesse estilo. Tive inclusive um grande amor, muitoooo mais velho que eu.

Acabei casando cedo e com um homem oito anos mais velho. Passei por uma crise por excesso de controle e zelo, mas sobrevivi. Porém, ele era muito reservado para a idade que tinha, gostava de uma vida muito caseira e cada vez mais eu percebia que eu me vestia séria demais, fazia coisas sérias demais e que estava deixando de lado a minha juventude. Eu nem lembrava mais o quanto ser inconsequente pode ser bom.

Descobri aos 30 anos que eu não precisava mais de um marido que fizesse o papel de pai. Eu queria um amante, um homem, e aquela menininha que trazia consigo uma grande carência ficou no passado. Afinal sou uma mulher bem resolvida que quer ser feliz, ter uma vida inteira, amar e ser amada sem pudores, reservas ou inseguranças.

Resultado: nessa nova fase, pós-separação, conheci vários homens mais jovens e parece que a diferença de idade inverteu. Se isso é bom ou não, ainda não sei, mas o que sei é que a idade ainda pesa, mas não impede nada.

Tenho percebido que não sou a única que tem convivido com essas diferenças, várias amigas minhas também estão no mesmo barco. Mas a verdade é que mudei. Tenho amigas da mesma idade, talvez algumas mais velhas, mas também tenho mais jovens do que eu. Isso é bom demais! E sabe de uma coisa? Nessa atual fase alguns anos não fazem tanta diferença assim. Acho que o importante é não deixar de viver o que tiver que viver por conta desse detalhe. É o que tenho feito. Da minha parte os pais de plantão estão liberados desse papel com as mulheres e deixem só para os filhos mesmos.

Feliz Dia dos Pais!