terça-feira, 4 de agosto de 2009

O pai ficou no passado


Com chegada do “Dias dos Pais” a questão da diferença da idade veio à tona. Quando menina sempre admirei a relação que as minhas coleguinhas tinham com o pai. Toda a admiração, carinho, amor e aquela sensação de meu “herói”. Sei que quando elas cresceram e conheceram a "vida real" essa visão pode ter mudado, mas essa magia não fez parte da minha infância por inúmeros motivos, principalmente por conta da perda do meu pai aos 11 anos.

Meu perfil, independente e autiva sempre me colocaram que uma posição mais madura que idade que eu realmente tinha. Minhas amigas eram mais velhas e os namorados tinham uma diferença de idade bastante grande. Depois de muitos anos de terapia consegui entender porque com 15 anos me envolvi com homem de 30 anos. É engraçado pensar nisso agora e imagino como a minha mãe enlouqueceu com a história. E foram várias histórias nesse estilo. Tive inclusive um grande amor, muitoooo mais velho que eu.

Acabei casando cedo e com um homem oito anos mais velho. Passei por uma crise por excesso de controle e zelo, mas sobrevivi. Porém, ele era muito reservado para a idade que tinha, gostava de uma vida muito caseira e cada vez mais eu percebia que eu me vestia séria demais, fazia coisas sérias demais e que estava deixando de lado a minha juventude. Eu nem lembrava mais o quanto ser inconsequente pode ser bom.

Descobri aos 30 anos que eu não precisava mais de um marido que fizesse o papel de pai. Eu queria um amante, um homem, e aquela menininha que trazia consigo uma grande carência ficou no passado. Afinal sou uma mulher bem resolvida que quer ser feliz, ter uma vida inteira, amar e ser amada sem pudores, reservas ou inseguranças.

Resultado: nessa nova fase, pós-separação, conheci vários homens mais jovens e parece que a diferença de idade inverteu. Se isso é bom ou não, ainda não sei, mas o que sei é que a idade ainda pesa, mas não impede nada.

Tenho percebido que não sou a única que tem convivido com essas diferenças, várias amigas minhas também estão no mesmo barco. Mas a verdade é que mudei. Tenho amigas da mesma idade, talvez algumas mais velhas, mas também tenho mais jovens do que eu. Isso é bom demais! E sabe de uma coisa? Nessa atual fase alguns anos não fazem tanta diferença assim. Acho que o importante é não deixar de viver o que tiver que viver por conta desse detalhe. É o que tenho feito. Da minha parte os pais de plantão estão liberados desse papel com as mulheres e deixem só para os filhos mesmos.

Feliz Dia dos Pais!

Um comentário:

Andarilho disse...

O que importa a idade que tem na carteira de identidade, se o que vale é o da cabeça, não é?